terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Eletrochoque: porque um tratamento tão efetivo é tão combatido?
A eletroconvulsoterapia (também conhecida como ECT) consiste na aplicação de uma corrente elétrica na região das têmporas, sob condições de anestesia (com o paciente dormindo e sem sentir nada). É sabidamente um dos tratamentos mais eficazes da psiquiatria para depressões muito graves, no transtorno bipolar e na esquizofrenia, e também tem uma indicação naqueles casos em que, por algum motivo, o paciente não pode fazer uso de medicamentos, como na gravidez. É interessante que, esse método, permanece no imaginário de algumas pessoas não como um método de tratamento, mas como um método de tortura, como se fosse um tratamento cruel ou desumano. Acho interessante que, a maioria das pessoas que criticam o ECT nunca presenciou uma sessão de ECT e muitas vezes, sequer conversou com um paciente ou com um familiar de paciente que tenha sido submetido a esse método. Recentemente o programa "Profissão Repórter" exibiu uma sessão de ECT, o que foi muito esclarecedor pra muita gente. Depois do programa, algumas pessoas que não são médicas, vieram comentar comigo o assunto, sempre com aquele teor de"Nossa! Tanto barulho por uma coisa tão simples!". O que acaba acontecendo, sempre que o preconceito ocupa o lugar da ciência, é que a controvérsia acaba tomando uma cara muito mais política e econômica do que propriamente médica. O que acontece com a ECT é que ela não faz parte da tabela do SUS. E o que isso quer dizer? Quer dizer que se o hospital quiser oferecer o ECT para os seus pacientes, ele vai ter que arcar com todos os custos, sem receber absolutamente nada por isso. O que acaba acontecendo é que somente hospitais universitários, que tem interesse em oferecer formação em ECT aos seus residentes ou que sejam de serviços de ponta possuem preparo e aparelhagem para ECT. E, o que é mais grave. A grande maioria dos hospitais com esse perfil estão concentrados nas regiões sul e sudeste, deixando uma grande parte da população desassistida. E, justamente, uma parcela da população que é portadora de quadros psiquiátricos graves. Está na hora da sociedade refletir sobre o que precisa ser feito para proteger as pessoas que são portadoras de transtornos mentais e oferecer a elas o melhor tratamento possível para o seu caso. Esse é um direito fundamental de todo o ser humano.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
O direito de não usar drogas
Recentemente, divulgou-se a opinião sobre o futuro da política de drogas no Brasil do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que defende maior liberdade de uso da maconha. Fernando Henrique disse que um mundo sem drogas é inimaginável, expressando a visão da Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia. Ao alegar que a sociedade conviverá sempre com as drogas, defende com uma clara distorção da racionalidade a ideia de que isso deveria tornar os usuários imunes ao sistema criminal. Teríamos uma inovação na área dos direitos humanos, na qual todos nós deveríamos ter o direito de continuar usando drogas ilícitas, independentemente das consequências negativas para o indivíduo e para a sociedade. Por essa visão, seria um abuso dos direitos individuais qualquer constrangimento ao uso de drogas.
No Brasil, a lei que regula o consumo de substâncias (Lei nº 11.343/2006) trouxe mudanças significativas, com menor rigor penal para o usuário. Ainda não se sabe se produziu alguma diminuição do consumo de drogas. Todas as evidências indicam o contrário. Em relação à maconha e à cocaína, somos um dos poucos países do mundo onde o consumo está aumentando. No mínimo, essa nova lei não impediu esse aumento. Estamos com maior liberdade para usar drogas, mas os usuários continuam tão desinformados e desassistidos de tratamento quanto antes.A defesa do direito ao uso de drogas é uma visão por demais simplista e não leva em consideração a complexidade do uso de substâncias, em particular as modificações que o uso de drogas provoca no sistema nervoso central. Parte-se do princípio de que todos os usuários de drogas teriam plenas capacidades de decidir sobre o seu consumo. Não podemos afirmar que todos os que usam drogas estejam comprometidos quanto ao seu julgamento, mas podemos argumentar que uma parte significativa dos usuários apresenta diminuição de sua capacidade de tomar decisões.As drogas que produzem dependência alteram a capacidade de escolher quando, quanto e onde usar. É ilusório pensar que um dependente químico tenha total liberdade sobre o seu comportamento e possa decidir plenamente sobre a interrupção do uso. É por isso que os dependentes persistem no comportamento, com grandes prejuízos individuais, para sua família e para a sociedade.Se, por um lado, a opinião de Fernando Henrique carece de legitimidade com relação aos direitos humanos básicos, pois não existe um direito ao uso de drogas ilícitas, por outro, temos aspectos do debate que não foram mencionados. Por exemplo: existe uma relação entre saúde e direitos humanos. As Nações Unidas e a Organização Mundial da Saúde desenvolveram recentemente o conceito de que todos deveriam ter o direito ao mais alto padrão de saúde possível (right to the highest attainable standard of health). É um conceito relativamente novo, com não mais de dez anos. Afasta-se de declarações vagas sobre saúde e responsabiliza a sociedade e o sistema de saúde pela implementação de políticas que garantam a qualidade dos cuidados.Recentemente o Estado de São Paulo deu um bom exemplo de garantia do mais alto padrão de saúde possível ao proibir o fumo em todos os ambientes fechados. O que se garantiu nessa nova lei não foi o direito de fumar, mas o direito de a maioria da população ser preservada do dano da fumaça. Mesmo os fumantes têm o seu direito a um mais alto padrão de saúde garantido ao ser estimulado a fumar menos. Esse foi um exemplo de como é possível termos intervenções governamentais que preservem o direito à saúde e ao mesmo tempo sinalizem uma intolerância ao consumo de uma droga que mata um número substancial de cidadãos.Experiências de sucesso em outros países apontam na direção de combinar estratégias, do setor de Justiça com o setor educacional e de saúde, para que se obtenham melhores resultados. Leis que sejam respeitadas e fiscalizadas tendo como objetivo o bem comum. A Lei Seca, que proíbe o beber e dirigir, identifica o indivíduo e impõe sanções, também pode ser um exemplo, pelo número de vidas salvas até o momento. O fato de se criar uma intolerância com o fumar ou com o beber e dirigir em nenhum momento produziu desrespeito aos cidadãos que fumam ou bebem.No Brasil não temos uma política de prevenção do uso de drogas. Deixamos os milhões de crianças e adolescentes absolutamente sem nenhum tipo de orientação sobre prevenção do uso de substâncias. Fornecemos muito mais informações sobre o meio ambiente do que com os cuidados de saúde. Temos uma boa política de prevenção ambiental, mas não temos com relação às drogas. Não temos um sistema de tratamento compatível com a magnitude do problema, deixando milhares de usuários completamente desassistidos.O tema proposto por Fernando Henrique Cardoso é importante, traz a oportunidade de debatermos que tipo de política construir para a próxima geração. Queremos uma sociedade em que o uso de drogas seja um direito adquirido? Ou queremos uma sociedade muito mais ativa, em que o sistema de Justiça funcione em sintonia com os sistemas de saúde e educacional e possamos criar ações baseadas em evidências científicas para diminuir o custo social das drogas?Talvez um mundo sem drogas jamais exista. Como também não existirá um mundo sem crimes ambientais ou sem violações dos direitos humanos. Isso, no entanto, não é desculpa para descartar o ideal e continuar a lutar pelo objetivo de um mundo melhor. Tolerar as drogas, banalizar o seu consumo não é a melhor opção para uma sociedade que valorize a saúde e os melhores valores de respeito à dignidade humana.
Ronaldo Laranjeira, professor titular de Psiquiatria da Unifesp, é coordenador do Instituto Nacional de Políticas do Álcool e Drogas (Inpad) do CNPq.
PS: Esse artigo foi originalmente publicado no jornal O Estado de S. Paulo no dia 28.09.09.
No Brasil, a lei que regula o consumo de substâncias (Lei nº 11.343/2006) trouxe mudanças significativas, com menor rigor penal para o usuário. Ainda não se sabe se produziu alguma diminuição do consumo de drogas. Todas as evidências indicam o contrário. Em relação à maconha e à cocaína, somos um dos poucos países do mundo onde o consumo está aumentando. No mínimo, essa nova lei não impediu esse aumento. Estamos com maior liberdade para usar drogas, mas os usuários continuam tão desinformados e desassistidos de tratamento quanto antes.A defesa do direito ao uso de drogas é uma visão por demais simplista e não leva em consideração a complexidade do uso de substâncias, em particular as modificações que o uso de drogas provoca no sistema nervoso central. Parte-se do princípio de que todos os usuários de drogas teriam plenas capacidades de decidir sobre o seu consumo. Não podemos afirmar que todos os que usam drogas estejam comprometidos quanto ao seu julgamento, mas podemos argumentar que uma parte significativa dos usuários apresenta diminuição de sua capacidade de tomar decisões.As drogas que produzem dependência alteram a capacidade de escolher quando, quanto e onde usar. É ilusório pensar que um dependente químico tenha total liberdade sobre o seu comportamento e possa decidir plenamente sobre a interrupção do uso. É por isso que os dependentes persistem no comportamento, com grandes prejuízos individuais, para sua família e para a sociedade.Se, por um lado, a opinião de Fernando Henrique carece de legitimidade com relação aos direitos humanos básicos, pois não existe um direito ao uso de drogas ilícitas, por outro, temos aspectos do debate que não foram mencionados. Por exemplo: existe uma relação entre saúde e direitos humanos. As Nações Unidas e a Organização Mundial da Saúde desenvolveram recentemente o conceito de que todos deveriam ter o direito ao mais alto padrão de saúde possível (right to the highest attainable standard of health). É um conceito relativamente novo, com não mais de dez anos. Afasta-se de declarações vagas sobre saúde e responsabiliza a sociedade e o sistema de saúde pela implementação de políticas que garantam a qualidade dos cuidados.Recentemente o Estado de São Paulo deu um bom exemplo de garantia do mais alto padrão de saúde possível ao proibir o fumo em todos os ambientes fechados. O que se garantiu nessa nova lei não foi o direito de fumar, mas o direito de a maioria da população ser preservada do dano da fumaça. Mesmo os fumantes têm o seu direito a um mais alto padrão de saúde garantido ao ser estimulado a fumar menos. Esse foi um exemplo de como é possível termos intervenções governamentais que preservem o direito à saúde e ao mesmo tempo sinalizem uma intolerância ao consumo de uma droga que mata um número substancial de cidadãos.Experiências de sucesso em outros países apontam na direção de combinar estratégias, do setor de Justiça com o setor educacional e de saúde, para que se obtenham melhores resultados. Leis que sejam respeitadas e fiscalizadas tendo como objetivo o bem comum. A Lei Seca, que proíbe o beber e dirigir, identifica o indivíduo e impõe sanções, também pode ser um exemplo, pelo número de vidas salvas até o momento. O fato de se criar uma intolerância com o fumar ou com o beber e dirigir em nenhum momento produziu desrespeito aos cidadãos que fumam ou bebem.No Brasil não temos uma política de prevenção do uso de drogas. Deixamos os milhões de crianças e adolescentes absolutamente sem nenhum tipo de orientação sobre prevenção do uso de substâncias. Fornecemos muito mais informações sobre o meio ambiente do que com os cuidados de saúde. Temos uma boa política de prevenção ambiental, mas não temos com relação às drogas. Não temos um sistema de tratamento compatível com a magnitude do problema, deixando milhares de usuários completamente desassistidos.O tema proposto por Fernando Henrique Cardoso é importante, traz a oportunidade de debatermos que tipo de política construir para a próxima geração. Queremos uma sociedade em que o uso de drogas seja um direito adquirido? Ou queremos uma sociedade muito mais ativa, em que o sistema de Justiça funcione em sintonia com os sistemas de saúde e educacional e possamos criar ações baseadas em evidências científicas para diminuir o custo social das drogas?Talvez um mundo sem drogas jamais exista. Como também não existirá um mundo sem crimes ambientais ou sem violações dos direitos humanos. Isso, no entanto, não é desculpa para descartar o ideal e continuar a lutar pelo objetivo de um mundo melhor. Tolerar as drogas, banalizar o seu consumo não é a melhor opção para uma sociedade que valorize a saúde e os melhores valores de respeito à dignidade humana.
Ronaldo Laranjeira, professor titular de Psiquiatria da Unifesp, é coordenador do Instituto Nacional de Políticas do Álcool e Drogas (Inpad) do CNPq.
PS: Esse artigo foi originalmente publicado no jornal O Estado de S. Paulo no dia 28.09.09.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Posso usar um genérico?
Essa pergunta é repetida quase que diariamente no meu consultório, o que é , até certo ponto surpreendente, considerando-se o tempo em que os genéricos estão sendo comercializados. Para que a gente esclareça bem essa questão, é preciso distinguir três categorias de medicamentos: os genéricos, os similares e os medicamentos de referência. Os genéricos são aqueles medicamentos que contém o mesmo fármaco (pincípio ativo), na mesma dose e forma farmacêutica do medicamento de referência no país. O Ministério da Saúde através da ANVISA, avalia os testes de bioequivalência entre o genérico e seu medicamento de referência, apresentados pelos fabricantes, para comprovação da sua qualidade. Os similares são medicamentos que possuem o mesmo fármaco, a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica do medicamento de referência (ou marca), mas não têm sua bioequivalência com o medicamento de referência comprovada. Já os medicamentos de referência são, normalmente, medicamentos inovadores, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente. São os medicamentos que, geralmente, se encontram há bastante tempo no mercado e tem uma marca comercial conhecida. Assim, se você quiser, poderá, sim usar um medicamento genérico, pois o efeito tende a ser o mesmo.
Para obter uma lista completa de medicamentos genéricos procure o site da ANVISA: www.anvisa.gov.br
Participando de pesquisas em psiquiatria
Recentemente a imprensa divulgou que o vice-presidente José Alencar está fazendo uso de um medicamento experimental para o tratamento do câncer contra o qual vem lutando. Se você é portador de alguma doença psiquiátrica, você pode, em algum momento, ser convidado para utilizar algum tratamento experimental ou para fazer parte de alguma pesquisa médica. Algumas vezes esse tipo de situação gera na pessoa uma reação imediata de repulsa, com aquela ideia de que o tratamento nesse contexto envolveria transformar a pessoa em "cobaia" ou algo do gênero. O que acontece, na prática, é que a medicina ainda apresenta inúmeras lacunas no conhecimento e isso faz com que, muitas vezes, o médico e o paciente tenham que tomar decisões importantíssimas com uma frágil base científica para isso. O conhecimento só virá com o estudo de mais e mais pacientes portadores de determinadas condições. Para garantir o bem estar das pessoas que participam de estudos de pesquisa, existem uma série de princípios éticos que governam os estudos e diversas normas e diretrizes das instituições de pesquisa (geralmente feitas em universidades). Por exemplo, a participação em pesquisas sempre é espontânea e o sujeito de pesquisa só participará de um estudo depois de fornecer um termo de consentimento por escrito aos pesquisadores.
Quando é a hora de participar de um estudo de pesquisa?
No caso do vice-presidente a sua participação iniciou após a constatação de que as medicações mais estudadas não estavam tendo um efeito terapêutico importante. Esse é um momento em que você pode pensar em participar de um protocolo experimental, pois o tratamento em estudo pode ser até mais eficaz que o tradicional. Outra possibilidade de participação é quando determinados recursos terapêuticos que você acha que podem ser interessantes para você estão sendo testados, como abordagens em grupo, técnicas de psicoterapia ou tratamentos ditos "naturais ou alternativos". Além disso, algumas vezes, procedimentos diagnósticos podem estar sendo estudados no local em que você é atendido, como exames de neuroimagem, exames de sangue ou testes neuropsicológicos.
A presença de atividades de pesquisa em uma instituição e o envolvimento da esquipe que atende você com pesquisa costuma ser um excelente indício de qualidade no tratamento. Ela indica uma preocupação com a geração de novos conhecimentos e uma busca constante pelo oferecimento da melhor assistência possível ao paciente.
Então, se chegar até você a possibilidade de participar de uma pesquisa, pense com carinho, pois você pode estar contribuindo não só com o seu processo de diagnóstico e tratamento, mas com todas as pessoas que sofrem do mesmo problema que você.
Antidepressivos e menopausa
Bom, já que estamos falando dos problemas que afetam as mulheres, uma outra grande preocupação daquelas que estão na faixa dos 40 a 50 anos são aqueles desconfortáveis "calorões" que a menopausa traz. Até alguns anos, os ginecologistas tinham como prática corriqueira a prescrição de hormônios, o que aliviava muitos esses sintomas. Com o surgimento de estudos que relacionavam a reposição hormonal a um pequeno aumento do risco de câncer de mama, muitos ginecologistas se tornaram bem menos liberais no momento de prescrever hormônios. O que nem todo mundo sabe é que medicamentos com efeito antidepressivo podem aliviar os desagradáveis fogachos. Um desses medicamentos é o Pristiq, um novo antidepressivo produzido pela Whyet e outro é o Equilid, produzido pela Merrell Lepetit. Ambos tem uma baixa incidência de efeitos adversos e podem melhorar os fogachos sem afetarem o risco de câncer.
Marcadores:
menopausa
TPM acentuada pode ser doença
As mulheres são um bicho esquisito mesmo. Todo o mês as coitadas tem o seu organismo submetido a uma grande variação hormonal e, muitas vezes, à uma importante variação de humor também. Os hormônios produzidos pelos ovários são de dois tipos principais: o estrógeno e a progesterona. O estrógeno predomina na primeira fase do ciclo (os primeiros 14 ou 15 dias após a menstruação) e a progesterona predomina na segunda fase do ciclo (os 14 dias anteriores à menstruação), após a ovulação. Esses hormônios apresentam a característica de passarem muito facilmente para o cérebro e lá influenciam diversos circuitos responsáveis pela regulação do humor, do sono e da energia. Os hormônios que inundam os neurônios também atravessam facilmente essas células, entram no seu núcleo e atuam diretamente no DNA funcionando como um sinal para o neurônio produzir substâncias variadas, como os neurotransmissores. A segunda fase do ciclo comumente é marcada por uma leve irritabilidade, tendência ao choro ou maior sensibilidade a acontecimentos ambientais. Esse fenômeno, que os maridos conhecem tão bem, em algumas mulheres é muito exagerado. São aqueles casos em que a TPM é tão forte que a mulher fica muito irritada, "arruma" brigas, fica ansiosa, não dorme, come um pouco a mais (ou fica com uma certa tendência a preferir um "chocolatinho" à sua alimentação usual) e chora até em propaganda de TV. Além de causar desconforto, esse tipo de situação pode levar a prejuízo nas relações familiares, amorosas e profissionais, dando à mulher aquela sensação de que "nem ela mesma se aguenta". Uma variação leve de humor no período pré-mentrual é normal e esperada, mas quando esta fase passa a representar um sofrimento para a mulher e para os que convivem com ela, alguma coisa está errada. Essa situação é classificada pela psiquiatria com o nome Transtorno Disfórico Pré-Menstrual. Quando isso acontece vale à pena consultar um psiquitra ou um ginecologista, pois existem alternativas medicamentosas que podem melhorar bastante o quadro. Os maridos agradecem...e também os filhos, colegas, clientes, amigos, irmãos, chefes, alunos....
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Pare de fumar!
Pois é... nessa sexta-feira entra em vigor mais uma medida para dificultar a vida dos fumantes, a proibição do fumo em bares e restaurantes (mesmo em áreas abertas). O cerco aperta mas persiste uma questão interessante. Por que, com toda a informação disponível sobre os malefícios do cigarro, as pessoas continuam fumando? Vou expôr aqui algumas evidências da literatura médica, mas, é claro, existem diversas outras. Uma delas é o que chamamos de modelagem. Modelagem é a cópia de um comportamento, um tipo de aprendizado muito importante no desenvolvimento humano. Assim, desde pequenininhos repetimos comportamentos dos nossos pais, professores, amigos, irmãos, sem que precisemos necessariamente entender o porquê desse comportamento. É claro que, se presenciarmos pais ou amigos fumando, a chance de que experimentemos o cigarro é maior e ninguém se torna dependente de algo que nunca tenha experimentado. Em segundo lugar, entram as crenças a respeito do cigarro (e isso vale para álcool e drogas também) que se desenvolvem na nossa cabeça, também desde a infância e adolescência. Se uma pessoa cresce com a ideia de que o cigarro é perigoso e pode matá-la a chance de desenvolver uma dependência à nicotina diminui. Em terceiro lugar entram as características próprias de personalidade e temperamento de cada um, especialmente no que se refere à impulsividade. Algumas pessoas gostam de novidades, buscam mais o prazer que outras e tendem a ter menos medo das consequencias nocivas de determinadas ações. Por fim, depois que a pessoa experimentou, existe uma série de fatores que mantém essa dependência, como prazer que o cigarro dá à pessoa, uma ideia de que o cigarro vai aplacar emoções negativas, como a ansiedade ou a tristeza ou mesmo fatores genéticos que determinam, pelo menos em parte, a dificuldade de parar de fumar.
Mas, atenção! Se você quer parar, existem saídas. Existem medicamentos desenvolvidos originalmente como antidepressivos que facilitam a retirada do cigarro, bem como os adesivos e a goma de nicotina que diminuem a sensação de abstinência dessa substância. A tudo isso, podem ser agregadas diversas formas de intervenção psico-social, como terapia individual ou em grupo.
Portanto, se você está com medo de pagar multa no restaurante ou está tendo que escapar pra um cantinho pra fumar, pense seriamente em procurar ajuda e buscar algum dos recursos que a ciência oferece pra você pra se livrar do cigarro. Até hoje não conheci ninguém que se arrependeu de parar de fumar.
Mas, atenção! Se você quer parar, existem saídas. Existem medicamentos desenvolvidos originalmente como antidepressivos que facilitam a retirada do cigarro, bem como os adesivos e a goma de nicotina que diminuem a sensação de abstinência dessa substância. A tudo isso, podem ser agregadas diversas formas de intervenção psico-social, como terapia individual ou em grupo.
Portanto, se você está com medo de pagar multa no restaurante ou está tendo que escapar pra um cantinho pra fumar, pense seriamente em procurar ajuda e buscar algum dos recursos que a ciência oferece pra você pra se livrar do cigarro. Até hoje não conheci ninguém que se arrependeu de parar de fumar.
Déficit de atenção e hiperatividade
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é uma doença neurodesenvolvimental que surge durante a infância. Caracteriza-se por dificuldades atencionais, impulsividade e hiperatividade. É uma doença comum e que pode atingir de 1 a 6% da população adulta. Em geral, na história de adultos com TDAH, existem dificuldades detectadas já na escola, como problemas em manter a atenção, em permanecer sentado na cadeira durante uma aula ou em manter o auto-controle. Os boletins escolares costumam ser recheados de adjetivos, como "dispersivo", "distraído", "conversador", "desconcentrado", etc. Já na vida adulta, os portadores de TDAH podem notar em si mesmos uma grande dificuldade em finalizar projetos, em persistir nas tarefas que não lhe parecem desafiadoras, em lembrar de compromissos, em executar tarefas que exigem organização ou em realizar tarefas repetitivas. Esses indivíduos perdem suas coisas, se distraem facilmente, às vezes com um pequeno ruído e, algumas vezes, sentem-se "no mundo da lua". Eles podem, também, serem impulsivos. Terminam as frases pelos outros, interrompem outras pessoas quando estas estão ocupadas, falam muito em situações sociais e tem dificuldade em esperar sua vez. Também podem ser muito inquietos, com dificuldade de relaxar ou de permanecerem sentados. É claro que esses sintomas nem sempre representam um TDAH, podendo estar presentes em outros transtornos ou se deverem a situações específicas que a pessoa esteja vivenciando naquele momento.
Porém, caso seja determinado que a pessoa apresenta TDAH, o tratamento (seja com medicação, seja com psicoterapia ou com os dois juntos) deve ser indicado e realizado, pois pode melhorar bastante o funcionamento do indivíduo.
Porém, caso seja determinado que a pessoa apresenta TDAH, o tratamento (seja com medicação, seja com psicoterapia ou com os dois juntos) deve ser indicado e realizado, pois pode melhorar bastante o funcionamento do indivíduo.
terça-feira, 21 de julho de 2009
O que é bullying?
A palavra Bullying é um termo que ainda não tem uma tradução uniformemente aceita para o português, mas significa ameaça ou intimidação. Ela se refere a uma situação comum nas escolas, e envolve as situações em que um aluno sofre por atitudes agressivas intencionais e repetitivas, com o objetivo de intimidá-lo ou ridicularizá-lo. A criança ou o adolescente pode ser vítima de piadas, gracinhas, comentários maldosos e apelidos humilhantes.
O primeiro a estudar este fenômeno foi Dan Olweus, professor da Universidade de Noruega. Ao pesquisar as tendências suicidas entre adolescentes, Olweus descobriu que a maioria desses jovens tinha sofrido algum tipo de bullying.
O Bullying é um problema mundial, é encontrado em qualquer tipo de escola, não se restringindo a um tipo especifico de instituição. Até alguns anos, os pais e as escolas não davam muita atenção para esse tipo de problema, geralmente porque achavam as ofensas bobas demais para terem maiores conseqüências.
Os indivíduos que perpetram o bullying costumam ter dificuldade em estabelecer empatia, frequentemente pertencem a famílias desestruturadas ou com pouca demonstração de afeto entre seus membros. Seus pais exercem uma supervisão pobre sobre eles, toleram e oferecem como modelo para solucionar conflitos, comportamento agressivo ou explosivo. Se essas crianças não tiverem um limite para suas atitudes cruéis, podem via a adotarem comportamentos anti-sociais e violentos, podendo vir a ter atitudes delinquentes.
Os alvos são pessoas ou grupos que não dispõem de recursos, status ou habilidade para reagir ou fazer cessar os atos danosos contra si. São, geralmente, pouco sociáveis. Um forte sentimento de insegurança os impede de solicitar ajuda. São pessoas sem esperança quanto às possibilidades de se adequarem ao grupo. A baixa auto-estima é agravada por intervenções críticas ou pela indiferença dos adultos sobre seu sofrimento. Alguns crêem ser merecedores do que lhes é imposto. Têm poucos amigos, são passivos, quietos e não reagem efetivamente aos atos de agressividade sofridos. Muitos passam a ter baixo desempenho escolar, resistem ou recusam-se a ir para a escola, chegando a simular doenças. Trocam de colégio com freqüência, ou abandonam os estudos. Há jovens, que por extrema depressão acabam tentando ou cometendo o suicídio.
As testemunhas, representadas pela grande maioria dos alunos, convivem com a violência e se calam em razão do temor de se tornarem as "próximas vítimas".
As medidas adotadas pela escola para o controle do bullying, se bem aplicadas e envolvendo toda a comunidade escolar, contribuirão positivamente para a formação de uma cultura de não-violência na sociedade. É uma iniciativa ao grupo de alunos que adotam contra um ou vários colegas, em situação desigual de poder, causando intimidação, medo e dificuldades psicológicas aos outros. Elas tem como objetivo conscientizar os alunos a respeitar as diferenças, evitando a queda no desempenho escolar, isolamento, abandono dos estudos e baixa auto-estima. Os pais também podem evitá-lo contendo e dando limite aos comportamentos violentos dos seus filhos e mantendo sempre um ambiente afetivo e aberto em casa.
O primeiro a estudar este fenômeno foi Dan Olweus, professor da Universidade de Noruega. Ao pesquisar as tendências suicidas entre adolescentes, Olweus descobriu que a maioria desses jovens tinha sofrido algum tipo de bullying.
O Bullying é um problema mundial, é encontrado em qualquer tipo de escola, não se restringindo a um tipo especifico de instituição. Até alguns anos, os pais e as escolas não davam muita atenção para esse tipo de problema, geralmente porque achavam as ofensas bobas demais para terem maiores conseqüências.
Os indivíduos que perpetram o bullying costumam ter dificuldade em estabelecer empatia, frequentemente pertencem a famílias desestruturadas ou com pouca demonstração de afeto entre seus membros. Seus pais exercem uma supervisão pobre sobre eles, toleram e oferecem como modelo para solucionar conflitos, comportamento agressivo ou explosivo. Se essas crianças não tiverem um limite para suas atitudes cruéis, podem via a adotarem comportamentos anti-sociais e violentos, podendo vir a ter atitudes delinquentes.
Os alvos são pessoas ou grupos que não dispõem de recursos, status ou habilidade para reagir ou fazer cessar os atos danosos contra si. São, geralmente, pouco sociáveis. Um forte sentimento de insegurança os impede de solicitar ajuda. São pessoas sem esperança quanto às possibilidades de se adequarem ao grupo. A baixa auto-estima é agravada por intervenções críticas ou pela indiferença dos adultos sobre seu sofrimento. Alguns crêem ser merecedores do que lhes é imposto. Têm poucos amigos, são passivos, quietos e não reagem efetivamente aos atos de agressividade sofridos. Muitos passam a ter baixo desempenho escolar, resistem ou recusam-se a ir para a escola, chegando a simular doenças. Trocam de colégio com freqüência, ou abandonam os estudos. Há jovens, que por extrema depressão acabam tentando ou cometendo o suicídio.
As testemunhas, representadas pela grande maioria dos alunos, convivem com a violência e se calam em razão do temor de se tornarem as "próximas vítimas".
As medidas adotadas pela escola para o controle do bullying, se bem aplicadas e envolvendo toda a comunidade escolar, contribuirão positivamente para a formação de uma cultura de não-violência na sociedade. É uma iniciativa ao grupo de alunos que adotam contra um ou vários colegas, em situação desigual de poder, causando intimidação, medo e dificuldades psicológicas aos outros. Elas tem como objetivo conscientizar os alunos a respeitar as diferenças, evitando a queda no desempenho escolar, isolamento, abandono dos estudos e baixa auto-estima. Os pais também podem evitá-lo contendo e dando limite aos comportamentos violentos dos seus filhos e mantendo sempre um ambiente afetivo e aberto em casa.
sábado, 18 de julho de 2009
Recomendo este livro...
Gostaria de recomendar o livro "À espera do sol", de Michael Greenberg. Este livro conta a história real de Sally, que é filha do autor. A então adolescente de 15 anos apresentou um episódio de mania grave com psicose que se inica pelas ruas de Nova Yorque e se prolonga pelos meses seguintes. O autor conta de uma maneira muito sensível e delicada a história da doença da filha e fala sobre seus efeitos na família e na própria maneira de ver a doença, o mundo e a sua própria história. Junto com a história de Sally e de sua família, o pai apresenta outros personagens, como a equipe que trata da menina, um irmão doente e problemático, um paciente judeu ortodoxo e um professor maníaco. É uma narrativa muito bonita, que fornece informações sobre a doença mas que também fala do impacto dela em quem está no turbilhão de emoções que envolve o diagnóstico de uma doença séria. Fiquei muito impressionada com o livro. recomendo!
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Medo de avião
O medo de avião é uma das fobias mais comuns. Mais ou menos 1 em cada 6 pessoas apresenta fobia de avião, mas muito mais gente apresenta esse medo em menor intensidade e, algumas vezes, recorrem a medicamentos ou até à ingestão de álcool para conseguir pegar um vôo. As pessoas podem desenvolver fobia de avião por uma série de mecanismos. Algumas vezes a pessoa passou por um vôo ruim (com turbulência, por exemplo), teve alguma crise de pânico ou de ansiedade dentro de um avião e tem muito medo de ter novamente ou mesmo foi exposta a informações sensacionalistas sobre desastres de avião. Também é possível que a pessoa esteja atravessando uma fase de vida difícil ou até que tenha tido algum evento traumático não relacionado a vôos e que o medo ou a ansiedade acabem sendo dirigidos ao avião.
Existem muitas maneiras de desenvolver medo de coisas específicas, mas, certamente, esse não é um processo inteiramente racional. O ser humano não evita as coisas que são mais perigosas para si. Ao contrário, muitas vezes a pessoa tem medo ou fobia de coisas muito menos perigosas do que alguns perigos que a pessoa se expõe rotineiramente.
O importante é lembrar que o medo de avião é tratável, geralmente por psicoterapia. Durante esse processo, o terapeuta auxilia o paciente a lidar com a ansiedade antecipatória (que ocorre dias ou horas antes do vôo), estimula-o a obter o maior número de informações sobre os aviões, e, algumas vezes, pode até fazer vôos curtos junto com a pessoa para auxiliá-la a usar, na prática, o que é aprendido e trabalhando em terapia.
Existem muitas maneiras de desenvolver medo de coisas específicas, mas, certamente, esse não é um processo inteiramente racional. O ser humano não evita as coisas que são mais perigosas para si. Ao contrário, muitas vezes a pessoa tem medo ou fobia de coisas muito menos perigosas do que alguns perigos que a pessoa se expõe rotineiramente.
O importante é lembrar que o medo de avião é tratável, geralmente por psicoterapia. Durante esse processo, o terapeuta auxilia o paciente a lidar com a ansiedade antecipatória (que ocorre dias ou horas antes do vôo), estimula-o a obter o maior número de informações sobre os aviões, e, algumas vezes, pode até fazer vôos curtos junto com a pessoa para auxiliá-la a usar, na prática, o que é aprendido e trabalhando em terapia.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Tiques e Tourette
A Síndrome de Tourette é um quadro clínico caracterizado por tiques involuntários, reações rápidas, movimentos repentinos (espasmos) ou a emissão de sons que ocorrem repetidamente e sempre da mesma maneira. Esses tiques motores e vocais mudam constantemente de intensidade e não existem duas pessoas no mundo que apresentem os mesmos sintomas. Os tiques podem envolver movimentos bruscos involuntários que podem se manifestar em qualquer parte do corpo, mas tipicamente eles ocorrem no rosto e na cabeça em forma de caretas repetidas e na cabeça como um todo em forma de movimentos bruscos, repetidos, de lado-a-lado etc.
O início dos sintomas geralmente se manifesta na infância ou adolescência juventude, eventualmente atingindo estágios crônicos. Porém, no decorrer da vida adulta, frequentemente, os sintomas vão aos poucos se amenizando e diminuindo. Mesmo assim, até hoje ainda não foi encontrada uma cura para a Tourette, mas existem tratamentos que amenizam e mantém o transtorno sob controle.
Infelizmente, existe muita desinformação a respeito desse transtorno e muitos portadores são vítimas de piada, gerando muito sofrimento. Outro aspecto importante é que, algumas vezes, esta doença é acompanhada de coprolalia. A coprolalia é a compulsão que a pessoa tem de repetir palavras obscenas e/ou insultos. Esse tipo de comportamento traz muita dor ao indivíduo e deve ser tratado assim que possível para evitar a discriminação e o sofrimento.
Incluí abaixo um vídeo excelente sobre a doença. Vale a pena clicar!
http://www.overstream.net/view.php?oid=l5ega8i8l6sn
O início dos sintomas geralmente se manifesta na infância ou adolescência juventude, eventualmente atingindo estágios crônicos. Porém, no decorrer da vida adulta, frequentemente, os sintomas vão aos poucos se amenizando e diminuindo. Mesmo assim, até hoje ainda não foi encontrada uma cura para a Tourette, mas existem tratamentos que amenizam e mantém o transtorno sob controle.
Infelizmente, existe muita desinformação a respeito desse transtorno e muitos portadores são vítimas de piada, gerando muito sofrimento. Outro aspecto importante é que, algumas vezes, esta doença é acompanhada de coprolalia. A coprolalia é a compulsão que a pessoa tem de repetir palavras obscenas e/ou insultos. Esse tipo de comportamento traz muita dor ao indivíduo e deve ser tratado assim que possível para evitar a discriminação e o sofrimento.
Incluí abaixo um vídeo excelente sobre a doença. Vale a pena clicar!
http://www.overstream.net/view.php?oid=l5ega8i8l6sn
domingo, 12 de julho de 2009
"Por que eu não consigo simplesmente deitar e dormir?"
Essa pergunta já me foi feita inúmeras vezes nos atendimentos que presto. É claro que a insônia tem inúmeras causas, mas, hoje gostaria de discutir uma das mais frequentes. Ela tem a ver com o estilo de vida que a pessoa leva. Nos dias de hoje é muito comum que a pessoa estude, trabalhe, passe muitas horas no trânsito e acabe tendo hábitos de vida ruins, entre eles a privação crônica do sono ou a má higiene do sono. Assim, vemos pessoas que trabalham o dia inteiro, estudam à noite, se desgastam no transporte, e, ao chegar em casa, ainda vão arrumá-la, responder seus e-mails, conferir extratos bancários ou dedicar-se a outras atividades. O tempo de sono é pouco e, mesmo assim, quando a pessoa vai deitar ela não consegue dormir. É muito importante lembrar que o ser humano NÃO tem um botãozinho de liga e desliga. Precisamos chegar em casa, relaxar, tomar um banho morno...enfim...desacelerar. Atividades como as refeições regulares e os exercícios físicos também servem para "regular nosso relógio biológico", nossos ritmos biológicos. Assim, se você trabalha muito ou tem muitas atividades, tente manter uma rotina de exercícos físicos moderados, faça suas refeições na hora certa e se dê o tempo adequado para desacelerar. Evite o consumo excessivo de café durante o dia, o álcool e os medicamentos para dormir (a menos que sejam prescritos pelo médico). E lembre-se: não dá pra ir contra o corpo o tempo todo. Se sua rotina é corrida, programe-se a longo prazo, pra ter um estilo de vida mais tranquilo.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Transtorno Bipolar- o humor e sua oscilações
Estamos vivendo uma época em que o Transtorno Bipolar está sendo cada vez mais conhecido da população e parece ser uma "doença da moda". O que nem todo mundo sabe é que esta é uma doença reconhecida há muitos séculos. Desde a Grécia antiga, já existem relatos de quadros de alterações de humor. Este transtorno caracteriza-se por mudanças acentuadas e súbitas de humor, que interferem grandemente no funcionamento da pessoa e em sua vida familiar, amorosa e profissional. Basicamente, seu portador apresenta sintomas de duas polaridades (daí o seu nome). De um lado, existem os sintomas de depressão, com a tristeza, o desânimo, a negatividade na maneira de ver a vida e as alterações do sono, apetite, libido. De outro lado, estão os sintomas chamados de maníacos, com euforia, irritabilidade, grandiosidade, excesso de auto-estima e auto-confiança, impulsividade e aumento da energia e do nível de atividade. O que nem todo mundo sabe, é que, se não for adequadamente tratada, esta doença pode ser progressiva. Cada episódio de mania ou de depressão é "tóxico" para o cérebro, liberando várias substâncias nocivas para o funcionamento dos neurônios (como a dopamina e o glutamato). Isto pode fazer com que o portador de Transtorno Bipolar, com o tempo, passe a ter problemas de memória, atenção e raciocínio. O importante é que tudo isso pode ser prevenido e amenizado com os medicamentos.
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Contribuição de Alexandre Magalhães
Pessoal, recebi este texto por e-mail do meu amigo Alexandre, falando sobre o personagem do Dr. Castanho da novela "Caminho das Índias". Sem dúvida esta novela provoca uma série de debate sobre a doença mental e sobre a própria psiquiatria. Reproduzo aqui, na íntegra, a contribuição dele.
"Um certo Dr. Castanho...
O personagem interpretado por Stênio Garcia na novela global “Caminho das Índias”, o excêntrico médico “Dr. Castanho” é, sem dúvida, uma figura singular. Escondido atrás de um inconfundível e nunca abandonado – seja dia ou noite, festa ou conversa com um paciente de sua clínica psiquiátrica – óculos escuros (que serviriam para esconder os traços da velhice de Stênio, afirmam as maldosas vozes dos jornalistas dedicados à “vida” das celebridades). Temos um jocoso “alienista” que visita-nos através do enredo do grande passatempo da segunda metade do século XX no Brasil. Castanho é estranhíssimo... ou não; constituí-se num tipo ímpar, dado as festas de gafieira, nada afeito a jalecos e similares e sempre com o inconfundível óculos de verão. Nas sequencias, bem ao estilo da Sra. Perez, a autora da novela (que insiste em manter um caráter de excessivo didatismo em suas tramas, “ensinando” a “choldra” a acompanhar o desenrolar dos fatos) Castanho/Stênio encontra-se com um personagem médico/aprendiz, residente ou psicólogo, que na verdade fica ali (as vezes meio “bocó”) a fazer perguntas ao psiquiatra, “motes” para um discurso de tese acerca da natureza do psicopata e suas diferenças entre os “loucos” (de “todo o gênero” como diriam nossos Códigos envelhecidos), os esquizofrênicos e côngeneres.Castanho evoca a característica fundamental das psicopatias: a incapacidade de sentir culpa, de perceber que se está fazendo o mal a outrem; já o esquizofrênico, e similares, enquadram-se na categoria de pessoas que perdem o senso da realidade. Se os primeiros são muitas vezes dotados de uma percepção arguta do real, os segundos são atormentados por alucinações de todo gênero: visuais, auditivas, tácteis e outras perturbações.Nós outros, que nos consideramos fora tanto destes quanto de daqueles, sentimos ódio profundo dos psicopatas. Não somos capazes de perceber (e deveríamos ser?) que, no seu íntimo, todas suas ações são plenamente justificadas, todas são atos de “Justiça” (ao menos a seus olhos...). Dos “loucos”, nossos nobres corações sentem pena, a prima pobre da compaixão, sendo incapazes de criar uma sociedade que lhes propicie um tratamento digno, a não ser se forem abastados o suficiente para pagar pelos raros leitos psiquiátricos disponíveis em nosso Brasil “anti-manicômios”. Não é a toa que Castanho é proprietário de uma bucólica clínica particular, sendo que a novela nem de longe aborda o problema do tratamento público das enfermidades mentais. O personagem esquizofrênico é um playboy, filho de uma riquíssima família burguesa; a psicopata, por sua vez, destrói com um golpe surreal – em que chega ao ponto de convencer a vítima a forjar a própria morte – arrasa a vida de um dos “Cadore”, que deixa de ser um executivo de sucesso para ser um “bom vivant” em Dubai, até cair na mais completa miséria. A pobre, vilã, num imaginário “psicopata”, faz justiça, é o Robin Hood da Sra. Perez!!De certa forma, assim, somos cativados pela trama a não ver com tanta “maldade” aquela que engana os “trouxas”, coisa que a TV já torna como regra nos Big Brothers da vida, nos jogos em que a trapaça e o mal caratismo são, no mínimo, indispensáveis.Somos todos obrigados a perceber que mora dentro de nós outros um pequeno psicopata, dado a sentir frêmitos de prazer com a dor a alheia. O sadismo nosso de cada dia, que se manifesta quando o “outro”, favelado, pobre e excluído, é por nós ignorado e construímos desculpas aceitáveis, mil e umas, tantas vezes, de sua condição. Quando, no trabalho ou em casa, nos valemos de nossos pequenos poderes sem sentir um pingo de empatia (aliás, nestes momentos não sabemos o que é isso). Somos forçados a reconhecer que vegetamos na pobreza de espírito de nossas pequenas psicopatias, construindo uma felicidade torpe às custas da dor alheia.Se soubéssemos que justamente as qualidades que são opostas a este comportamento – o colocar-se no lugar do outro, a solidariedade, o carinho, o cuidar, o amor em resumo – nos proporcionam sim a verdadeira felicidade... Mas sabemos? E se sabemos, por que...Bom, deixa pra lá.
Alexandre Magalhães"
"Um certo Dr. Castanho...
O personagem interpretado por Stênio Garcia na novela global “Caminho das Índias”, o excêntrico médico “Dr. Castanho” é, sem dúvida, uma figura singular. Escondido atrás de um inconfundível e nunca abandonado – seja dia ou noite, festa ou conversa com um paciente de sua clínica psiquiátrica – óculos escuros (que serviriam para esconder os traços da velhice de Stênio, afirmam as maldosas vozes dos jornalistas dedicados à “vida” das celebridades). Temos um jocoso “alienista” que visita-nos através do enredo do grande passatempo da segunda metade do século XX no Brasil. Castanho é estranhíssimo... ou não; constituí-se num tipo ímpar, dado as festas de gafieira, nada afeito a jalecos e similares e sempre com o inconfundível óculos de verão. Nas sequencias, bem ao estilo da Sra. Perez, a autora da novela (que insiste em manter um caráter de excessivo didatismo em suas tramas, “ensinando” a “choldra” a acompanhar o desenrolar dos fatos) Castanho/Stênio encontra-se com um personagem médico/aprendiz, residente ou psicólogo, que na verdade fica ali (as vezes meio “bocó”) a fazer perguntas ao psiquiatra, “motes” para um discurso de tese acerca da natureza do psicopata e suas diferenças entre os “loucos” (de “todo o gênero” como diriam nossos Códigos envelhecidos), os esquizofrênicos e côngeneres.Castanho evoca a característica fundamental das psicopatias: a incapacidade de sentir culpa, de perceber que se está fazendo o mal a outrem; já o esquizofrênico, e similares, enquadram-se na categoria de pessoas que perdem o senso da realidade. Se os primeiros são muitas vezes dotados de uma percepção arguta do real, os segundos são atormentados por alucinações de todo gênero: visuais, auditivas, tácteis e outras perturbações.Nós outros, que nos consideramos fora tanto destes quanto de daqueles, sentimos ódio profundo dos psicopatas. Não somos capazes de perceber (e deveríamos ser?) que, no seu íntimo, todas suas ações são plenamente justificadas, todas são atos de “Justiça” (ao menos a seus olhos...). Dos “loucos”, nossos nobres corações sentem pena, a prima pobre da compaixão, sendo incapazes de criar uma sociedade que lhes propicie um tratamento digno, a não ser se forem abastados o suficiente para pagar pelos raros leitos psiquiátricos disponíveis em nosso Brasil “anti-manicômios”. Não é a toa que Castanho é proprietário de uma bucólica clínica particular, sendo que a novela nem de longe aborda o problema do tratamento público das enfermidades mentais. O personagem esquizofrênico é um playboy, filho de uma riquíssima família burguesa; a psicopata, por sua vez, destrói com um golpe surreal – em que chega ao ponto de convencer a vítima a forjar a própria morte – arrasa a vida de um dos “Cadore”, que deixa de ser um executivo de sucesso para ser um “bom vivant” em Dubai, até cair na mais completa miséria. A pobre, vilã, num imaginário “psicopata”, faz justiça, é o Robin Hood da Sra. Perez!!De certa forma, assim, somos cativados pela trama a não ver com tanta “maldade” aquela que engana os “trouxas”, coisa que a TV já torna como regra nos Big Brothers da vida, nos jogos em que a trapaça e o mal caratismo são, no mínimo, indispensáveis.Somos todos obrigados a perceber que mora dentro de nós outros um pequeno psicopata, dado a sentir frêmitos de prazer com a dor a alheia. O sadismo nosso de cada dia, que se manifesta quando o “outro”, favelado, pobre e excluído, é por nós ignorado e construímos desculpas aceitáveis, mil e umas, tantas vezes, de sua condição. Quando, no trabalho ou em casa, nos valemos de nossos pequenos poderes sem sentir um pingo de empatia (aliás, nestes momentos não sabemos o que é isso). Somos forçados a reconhecer que vegetamos na pobreza de espírito de nossas pequenas psicopatias, construindo uma felicidade torpe às custas da dor alheia.Se soubéssemos que justamente as qualidades que são opostas a este comportamento – o colocar-se no lugar do outro, a solidariedade, o carinho, o cuidar, o amor em resumo – nos proporcionam sim a verdadeira felicidade... Mas sabemos? E se sabemos, por que...Bom, deixa pra lá.
Alexandre Magalhães"
terça-feira, 7 de julho de 2009
Ronaldo e a polêmica Corinthians e Flamengo
Ronaldo se envolveu em mais uma polêmica. Afirmou que a torcida do Corinthians é a maior torcida do Brasil e, com isso, irritou profundamente os flamenguistas. A declaração de Ronaldo poderia passar despercebida se não presenciássemos, com certa frequencia, situações de violência nos estádios, com conflitos generalizados, agressões, depredações de veículos, chegando até a assassinatos de pessoas, simplesmente por estarem usando a camisa de um ou outro time. Uma declaração dessas intensifica tensões e rivalidades e revolta os torcedores. É claro que apenas uma frase não é suficiente para provocar violência. Porém, ela pode, sim, juntar-se a um histórico de rivalidade. Isto, somado a ideia dominante geral de transgressão (incluindo de dirigentes corruptos, de jogadores com atitudes desleais dentro e fora do campo e de juízes vendidos), acaba por incitar a violência.
É claro que isto não invalida o futebol como esporte e como fonte de alegria, diversão e paixão.
E, pra terminar, impossível não citar Nelson Rodrigues, grande cronista e apaixonado por futebol:
"Hoje, o meu personagem da semana é uma das potências do futebol brasileiro. Refiro-me ao torcedor. Parece um pobre-diabo, indefeso e desarmado. Ilusão. Na verdade, a torcida pode salvar ou liquidar um time. É o craque que lida com a bola e chuta. Mas acreditem: o torcedor está por trás, dispondo."
Pena que, aparentemente, Ronaldo não o tenha lido.
É claro que isto não invalida o futebol como esporte e como fonte de alegria, diversão e paixão.
E, pra terminar, impossível não citar Nelson Rodrigues, grande cronista e apaixonado por futebol:
"Hoje, o meu personagem da semana é uma das potências do futebol brasileiro. Refiro-me ao torcedor. Parece um pobre-diabo, indefeso e desarmado. Ilusão. Na verdade, a torcida pode salvar ou liquidar um time. É o craque que lida com a bola e chuta. Mas acreditem: o torcedor está por trás, dispondo."
Pena que, aparentemente, Ronaldo não o tenha lido.
Saúde Mental e Dinheiro- quando poupar se torna uma obsessão
A habilidade e a capacidade de poupar costuma ser vista como importante para que as pessoas consigam atingir suas metas, realizar seus sonhos e até ter uma razoável segurança financeira. Porém, algumas pessoas descontrolam-se na preocupação com a poupança e acabam por exagerar nesta prática trazendo grande sofrimento para si e para quam convive com elas. Estas pessoas passam a sentir grande desconforto ou culpa diante de qualquer gasto, mesmo que este gasto seja de pequena monta. Podem apresentar grande dificuldade em comprar uma roupa nova, em levar a família em um restaurante ou em comprar um presente, vivendo em um padrão muito inferior ao que a sua situação financeira perimitiria. Também se preocupam muito com dinheiro, checando insistentemente contas bancárias ou contanto dinheiro. Esses "pães-duro" na verdade podem estar sofrendo de uma variante do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), cujo principal aspecto é o excesso de preocupação com dinheiro e a compulsão por poupar. Seu portador, em geral, reluta em buscar tratamento, mas ele deve ser feito, para evitar sofrimento para o paciente e sua família.
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Livros legais para pacientes
Pessoal, hoje escrevo para recomendar três livros bem interessantes e com informações confiáveis dirigidas a pacientes e familiares. Também são excelentes para quem está fazendo formação na área de psiquiatria ou psicologia.
O primeiro deles é "Vencendo o Transtorno Obsessivo-Compulsivo", de Aristides Cordioli, abordando diversos aspectos relacionados ao TOC.
O segundo é "Pense Magro", voltado à abordagem da obesidade. A autora é Judith Beck.
Finalmente, recomendo "A Mente Vencendo o Humor" de Christine Padeski, voltado ao auxílio de pessoas com depressão.
Existe sempre uma carência de informações confiáveis e expostas de forma didática e estas são três opções bem interessantes.
O primeiro deles é "Vencendo o Transtorno Obsessivo-Compulsivo", de Aristides Cordioli, abordando diversos aspectos relacionados ao TOC.
O segundo é "Pense Magro", voltado à abordagem da obesidade. A autora é Judith Beck.
Finalmente, recomendo "A Mente Vencendo o Humor" de Christine Padeski, voltado ao auxílio de pessoas com depressão.
Existe sempre uma carência de informações confiáveis e expostas de forma didática e estas são três opções bem interessantes.
domingo, 5 de julho de 2009
Bronzeado excessivo pode ser sinal de doença
Até o século passado ser bronzeado não era considerado uma característica positiva, pois era associado ao indivíduo ser trabalhador braçal, expondo-se ao sol com frequencia. Porém, a cerca de 30 anos, o bronzeado entrou na moda e, nos últimos anos, recursos como câmaras de bronzeamento artificial e cremes auto-bronzeadores permitem que a pessoa fique bronzeada o ano inteiro. O problema é que, especialmente entre mulheres entre 20 e 30 anos, este hábito pode virar uma obsessão. A pessoa nunca se considera bronzeada o suficiente e passa a expôr-se excessivamente ao sol ou a técnicas de bronzeamento artifical que chegam a colocar a vida da pessoa em risco. Alguns estudiosos do assunto propõem o nome de "tanorexia" a esta entidade, que seria análoga a outras condições em que a visão que a pessoa tem do próprio corpo está acentuadamente distorcida, o chamado dismorfismo corporal. Entre estas estariam a anorexia nervosa e a chamada vigorexia (hábito de praticar excessivamente exercícios visando a hipertrofia muscular). Cuidado! Não caia na cilada dos comportamentos compulsivos.
sábado, 4 de julho de 2009
Efeitos colaterais de medicamentos
Uma situação muito comum na prática clínica é a que vemos quando o médico prescreve um medicamento e, por algum motivo, a pessoa não toma ou o toma de forma incorreta. Por que isso acontece? Uma das principais causas para a não adesão a um tratamento é o medo que o paciente tem dos efeitos colaterais dos medicamentos. Algumas vezes, o paciente acredita que, se tomar determinado remédio, vai aumentar de peso, vai ficar sonolento ou vai ter efeitos adversos no seu funcionamento sexual. Assim, o que observamos, na maioria das vezes, é que a pessoa não toma o medicamento, não porque tenha tido algum efeito colateral, mas por medo de tê-lo. É importante que saibamos que efeitos colaterais acontecem em uma minoria dos pacientes e que, se você tiver a expectativa de ter algum deles, discuta o assunto com seu médico. Se você não usa uma medicação que poderia lhe trazer benefício, você pode estar se privando de um importante recurso que a medicina pode oferecer para o alívio das dores emocionais.
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Michael Jackson e opiáceos
Logo após a morte de Michael Jackson começaram a circular notícias de que o popstar teria morrido por overdose de analgésicos opiáceos. Esta notícia mais uma vez chama atenção a uma triste realidade: a dependência de medicamentos. Estas drogas, legais, vendidas em farmácias e usadas em hospitais, muitas vezes acabam sendo objeto de uso indiscriminado e excessivo, até causarem graves problemas à saúde das pessoas que delas fazem uso. Analgésicos, remédios para emagrecer, sedativos, estimulantes podem, sim, matar! É por isso que é tão importante um acompanhamento médico rigoroso e correto. E, acima de tudo, é preciso que médicos e farmacêuticos atuem de forma ÉTICA no que se refere à prescrição e a venda desse tipo de medicamento.
A psiquiatria e você
A psiquiatria é uma especialidade médica. Isto significa dizer que o psiquiatra é um médico com formação especializada através de residência médica ou curso específico de especialização que o capacita a diagnosticar e tratar as doenças mentais, comportamentais e relacionadas aos aspectos psicológicos e emocionais. Uma situação muito comum é que as pessoas tenham muito medo de ir a um psiquiatra, relutando, mesmo quando indicadas por médicos de outras especialidades, por outros profissionais de saúde ou por familiares. A verdade é que a psiquiatria é um campo de rápido desenvolvimento e que conta hoje com um arsenal terapêutico variado, que vai desde o uso de medicações até diferentes técnicas psicoterapêuticas. É muito triste que o preconceito e o desconhecimento dificultem ou até impeçam que pessoas que poderiam se beneficiar de todo um campo de conhecimento não o façam.
Assinar:
Postagens (Atom)