sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Exames complementares em Psiquiatria

Frequentemente, no dia-a-dia do consultório observamos duas atitudes dos pacientes em relação à realização de exames complementares (exames laboratoriais, de neuroimagem, etc). A primeira é de surpresa. Muitas pessoas não esperam que o psiquiatra, à semelhança de médicos que atuam em outros ramos da medicina, solicitem exames. A segunda é exatamente o contrário. Alguns pacientes duvidam de um diagnóstico psiquiátrico que não aparece em nenhuma tomografia ou ressonância magnética da cabeça. A verdade é que as doenças psiquiátricas são associada a alterações cerebrais, mas essas alterações são, na grande maioria dos casos, tão sutis, que os métodos de neuroimagem utilizados na prática comum não consegue detectá-las. O diagnóstico de depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia ou transtorno do pânico continua, sim, sendo clínico, ou seja, ele é feito a partir da detecção de um conjunto de sinais e sintomas. Muitas vezes, em uma primiera consulta não é possível se ter certeza de que a pessoa apresenta todos os sintomas característicos de um determinado quadro psiquiátrico, mas o psiquiatra consegue já iniciar um tratamento a partir de uma hipótese diagnóstica a ser confirmada posteriormente. Os exames são necessários, no entanto, para descartar que alterações emocionais possam estar sendo causadas por alguma doença não detectada até aquele momento. Um exemplo disso são as alterações de tireóide, que, com frequência, estão associadas a quadros depressivos. No decorrer do tratamento, se é utilizada alguma medicação, o médico também poderá pedir exames para monitorar a função do fígado ou dos rins.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Atenção: cuidado com a sibutramina

Depois que a Agência Europeia de Medicamentos recomendou a proibição da venda de sibutramina – uma das drogas mais usadas para emagrecimento –, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu enviar um alerta a médicos e farmacêuticos brasileiros sobre o tema.

A decisão do comitê europeu foi baseada em um estudo realizado com 10 mil pacientes que mostrou aumento de 16% na incidência de infarto e derrame em pessoas com histórico de problemas cardíacos que tomaram o medicamento. Para a Emea, portanto, os riscos da substância são maiores do que os benefícios. Também com base nesse estudo, a Food and Drug Administration (agência que regula medicamentos nos Estados Unidos) decidiu que deverá ser incluída na bula uma contraindicação para pacientes com cardiopatias.

No Brasil, embora a bula do medicamento já mencione como possíveis eventos adversos a elevação da pressão arterial e arritmias cardíacas, a única contraindicação é para pessoas com histórico de anorexia.

No ano passado, a Anvisa recebeu 37 notificações de eventos adversos do uso de sibutramina – 14 relacionadas a problemas cardiovasculares. Não houve mortes.

Segundo o presidente da Anvisa, Dirceu Raposo de Mello, haverá em fevereiro uma reunião da Câmara Técnica de Medicamentos para analisar os resultados desse estudo e decidir qual atitude tomar.

Esse alerta só reforça a necessidade do acompanhamento médico rigoroso no uso dessa medicação.