terça-feira, 7 de julho de 2009

Saúde Mental e Dinheiro- quando poupar se torna uma obsessão

A habilidade e a capacidade de poupar costuma ser vista como importante para que as pessoas consigam atingir suas metas, realizar seus sonhos e até ter uma razoável segurança financeira. Porém, algumas pessoas descontrolam-se na preocupação com a poupança e acabam por exagerar nesta prática trazendo grande sofrimento para si e para quam convive com elas. Estas pessoas passam a sentir grande desconforto ou culpa diante de qualquer gasto, mesmo que este gasto seja de pequena monta. Podem apresentar grande dificuldade em comprar uma roupa nova, em levar a família em um restaurante ou em comprar um presente, vivendo em um padrão muito inferior ao que a sua situação financeira perimitiria. Também se preocupam muito com dinheiro, checando insistentemente contas bancárias ou contanto dinheiro. Esses "pães-duro" na verdade podem estar sofrendo de uma variante do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), cujo principal aspecto é o excesso de preocupação com dinheiro e a compulsão por poupar. Seu portador, em geral, reluta em buscar tratamento, mas ele deve ser feito, para evitar sofrimento para o paciente e sua família.

2 comentários:

  1. Dra. Elisa,
    Concordo com a importância da poupança, inclusive sob o ponto de vista da "segurança", pois essa reserva embaixo do colchão muitas vezes nos dá força para arriscar, mas realmente quando isso passa de um limite - e como é dificil encontrar esse tal ponto chamado de "equilíbrio" - efetivamente entramos num terreno muito sofrido, tanto para o poupador quanto para os que convivem com ele.
    Tenho conhecidos que estao passando exatamente por essa fase de "pão-durismo-excessivo" e com isso se privam de confortos merecidos e acessíveis, em nome de uma suposta segurança futura, esquecendo que a vida é agora.
    Minha dúvida é se esse tipo de TOC se agrava com a idade, ou seja, uma pessoa com essa tendência pode ter seus sintomas acentuados conforme for envelhecendo?
    Abraços e parabéns pelo weblog,
    Rodrigo Brunet

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  2. Oi Rodrigo,
    obrigada pela visita e pelo comentário.
    De fato, este assunto ainda é pouco estudado, mas um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia que se dedica especificamente ao estudo desse tipo de TOC em idosos concluiu que, a cada década de vida, se a condição não for tratada, os sintomas tendem a se agravar. Essas pessoas tendem a ter altas taxas de depressão e ansiedade e de sofrerem isolamento social, morarem sozinhas e sofrerem com o seu comportamento. Hoje o "poupar compulsivo" tende a ser reconhecido como um problema crônico e progressivo e, o que é pior, subreconhecido e subtratado.
    Um abraço.

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