Logo mais às 9 horas do dia 05/11/2011 estarei no Riocentro para participar de uma apresentação no Congresso Brasileiro de Psiquiatria. Vou apresentar os estudos que desenvolvi durante o meu doutorado em uma palestra chamada "O Transtorno Bipolar e a Inflamação". Nos estudos que fizemos, descobrimos que, durante os episódios de humor, especialmente os episódios de mania (euforia), há a liberação de várias substâncias tóxicas para os neurônios. As lesões celulares ou o mal funcionamento celular gerado por essas substâncias faz com que o organismo reaja, ativando as células de defesa do sistema imune, especialmente um tipo de reação imunológica chamada de inflamação. A inflamação é, para o organismo, uma faca de dois gumes. Por um lado ela protege os tecidos, isola os agentes agressores e facilita a regeneração. Por outro, especialmente quando a reação inflamatória é muito intensa ou muito duradoura, ela mesma acentua as alterações neuronais relacionadas aos episódios. A nossa descoberta mostrou que os indivíduos com transtorno bipolar tem uma ativação maior do sistema inflamatório do que pessoas sem a doença. A elucidação de como esses mecanismos inflamatórios se processam no transtorno bipolar podem nos dar pistas sobre as causas dessa doença. Além disso, ela abre caminho para o estudo de medicamentos anti-inflamatórios em combinação com o tratamento convencional no transtorno bipolar.
Estou ansiosa para discutir esse assunto com os psiquiatras lá presentes, pois, caso outros estudos confirmem nossos achados, é possível que estejamos frente a uma nova possibilidade de tratamento para esta doença.
Um abraço e até lá!
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Lula e o Câncer de Laringe
Na última semana foi confirmado o diagnóstico de câncer de laringe do Ex-presidente Lula. O câncer de Lula é um dos mais frequentes no Brasil. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 10 mil casos da doença são diagnosticados por ano no Brasil. Entre as causas do câncer de laringe estão o cigarro e o consumo de álcool. O cigarro aumenta o risco de câncer em cerca de 10 vezes, e, se além de fumar a pessoa consumir álcool, este risco é elevado para 43 vezes o risco da população em geral.
Ter uma pessoa conhecida vítima de uma doença relacionada ao cigarro faz com que muitos pensem em parar. Parar de fumar em geral não é fácil. É necessário força de vontade, algumas técnicas e, muitas vezes, ajuda medicamentosa.
O grande medo do fumante é o desenvolvimento de sintomas da falta do cigarro, também conhecidos como síndrome de abstinência. Os sintomas mais comuns são ansiedade, irritabilidade, dor de cabeça, tonturas, dificuldades de concentração, aumento do apetite e vontade de fumar. Estes sintomas em geral tem uma intensidade máxima após 2 a 3 dias sem fumar, duram cerca de uma semana e depois vão gradativamente desaparecendo. Como os sintomas são decorrentes da falta de nicotina no organismo, quando a pessoa fuma e a nicotina atinge novamente o cérebro, esses sintomas são aliviados. Por causa disso, frequentemente fumantes referem que a nicotina os "acalma". Na verdade, a nicotina está é aliviando a sensação da abstinência.
Os remédios desenvolvidos para parar de fumar tem dois princípios principais. O primeiro deles é repor nicotina de forma contínua e progressivamente menor, para que a pessoa não tenha sintomas da queda brusca dos níveis de nicotina. Este é o caso do adesivos ou chicletes de nicotina. O segundo tipo de medicação são os antidepressivos, especialmente alguns tipos com ação nos receptores de dopamina (como a bupropiona). Estas medicações regulam os níveis desse neurotransmissor em uma região do cérebro ativada pela nicotina, diminuindo a vontade de fumar.
Embora seja possível parar de fumar sem medicamentos, estudos que compararam as duas possibilidades (com e sem medicamentos) dão conta de que as pessoas que usam medicação tem maior chance de conseguir a abstinência. E, é sempre melhor tomar uma medicação para parar de fumar do que ter que receber medicamentos para tratar as complicações tardias do cigarro, como o câncer.
Ter uma pessoa conhecida vítima de uma doença relacionada ao cigarro faz com que muitos pensem em parar. Parar de fumar em geral não é fácil. É necessário força de vontade, algumas técnicas e, muitas vezes, ajuda medicamentosa.
O grande medo do fumante é o desenvolvimento de sintomas da falta do cigarro, também conhecidos como síndrome de abstinência. Os sintomas mais comuns são ansiedade, irritabilidade, dor de cabeça, tonturas, dificuldades de concentração, aumento do apetite e vontade de fumar. Estes sintomas em geral tem uma intensidade máxima após 2 a 3 dias sem fumar, duram cerca de uma semana e depois vão gradativamente desaparecendo. Como os sintomas são decorrentes da falta de nicotina no organismo, quando a pessoa fuma e a nicotina atinge novamente o cérebro, esses sintomas são aliviados. Por causa disso, frequentemente fumantes referem que a nicotina os "acalma". Na verdade, a nicotina está é aliviando a sensação da abstinência.
Os remédios desenvolvidos para parar de fumar tem dois princípios principais. O primeiro deles é repor nicotina de forma contínua e progressivamente menor, para que a pessoa não tenha sintomas da queda brusca dos níveis de nicotina. Este é o caso do adesivos ou chicletes de nicotina. O segundo tipo de medicação são os antidepressivos, especialmente alguns tipos com ação nos receptores de dopamina (como a bupropiona). Estas medicações regulam os níveis desse neurotransmissor em uma região do cérebro ativada pela nicotina, diminuindo a vontade de fumar.
Embora seja possível parar de fumar sem medicamentos, estudos que compararam as duas possibilidades (com e sem medicamentos) dão conta de que as pessoas que usam medicação tem maior chance de conseguir a abstinência. E, é sempre melhor tomar uma medicação para parar de fumar do que ter que receber medicamentos para tratar as complicações tardias do cigarro, como o câncer.
terça-feira, 1 de novembro de 2011
O Custo da Doença Mental
Nesta semana, o diretor do mais importante centro de financiamento à pesquisa em psiquiatria, o National Institute of Mental Health, dos Estados Unidos, Thomas Insel publicou um artigo sobre o custo da doença mental no mundo. Segundo ele, as doenças psiquiátricas custam cerca de 56,5 bilhões de dólares todos os anos naquele país, o equivalente aos gastos com todos os tipos de câncer. Ao contrário do câncer, a doença psiquiátrica tem muitos custos indiretos, como a perda de emprego e renda, gerada pela incapacidade para o estudo e para o trabalho causadas pelas doenças.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) já havia alertado há vários anos que as doenças psiquiátricas são a principal causa de incapacitação no mundo, quando esta incapacitação leva em conta os anos que o indivíduo precisará viver com a doença.
Thomas Insel argumenta, em seu artigo, que o que faz esses números serem tão importantes não é apenas a sua magnitude, mas a possibilidade que eles possam ser reduzidos, como que ele chamou de "os melhores gastos em saúde mental", intervenções de baixo custo e alto impacto na saúde. Entre estes estaria, por exemplo, a redução do uso de cigarro e álcool, que teria um grande impacto potencial nos custos das doenças não-transmissíveis.
Assim, o tratamento das doenças psiquiátricas segue sendo caro, mas não tratar ou não tratar adequadamente pode ser ainda mais caro, por todos os custos associados à perda do potencial produtivo do indivíduo. Para os interessados em ler o artigo de Thomas Insel na íntegra este é o link http://www.nimh.nih.gov/about/director/2011/the-global-cost-of-mental-illness.shtml
Nesta semana, o diretor do mais importante centro de financiamento à pesquisa em psiquiatria, o National Institute of Mental Health, dos Estados Unidos, Thomas Insel publicou um artigo sobre o custo da doença mental no mundo. Segundo ele, as doenças psiquiátricas custam cerca de 56,5 bilhões de dólares todos os anos naquele país, o equivalente aos gastos com todos os tipos de câncer. Ao contrário do câncer, a doença psiquiátrica tem muitos custos indiretos, como a perda de emprego e renda, gerada pela incapacidade para o estudo e para o trabalho causadas pelas doenças.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) já havia alertado há vários anos que as doenças psiquiátricas são a principal causa de incapacitação no mundo, quando esta incapacitação leva em conta os anos que o indivíduo precisará viver com a doença.
Thomas Insel argumenta, em seu artigo, que o que faz esses números serem tão importantes não é apenas a sua magnitude, mas a possibilidade que eles possam ser reduzidos, como que ele chamou de "os melhores gastos em saúde mental", intervenções de baixo custo e alto impacto na saúde. Entre estes estaria, por exemplo, a redução do uso de cigarro e álcool, que teria um grande impacto potencial nos custos das doenças não-transmissíveis.
Assim, o tratamento das doenças psiquiátricas segue sendo caro, mas não tratar ou não tratar adequadamente pode ser ainda mais caro, por todos os custos associados à perda do potencial produtivo do indivíduo. Para os interessados em ler o artigo de Thomas Insel na íntegra este é o link http://www.nimh.nih.gov/about/director/2011/the-global-cost-of-mental-illness.shtml
O que é o transtorno do pânico?
O transtorno do pânico, também conhecido popularmente como síndrome do pânico é um transtorno de ansiedade. Esta condição bastante comum se caracteriza pela ocorrência de ataques de ansiedade intensa que ocorrem sem um motivo aparente, onde, além de intensa sensação de medo ou ansiedade, o indivíduo apresenta diversos sintomas físicos, como falta de ar, suores, sensação de frio ou calor, cólicas abdominais, vontade de urinar, taquicardia. Algumas vezes a pessoa pode ter a sensação de estar "fora de si" (chamada pelos médicos de despersonalização) ou de "estar fora da realidade" (chamada de desrealização) ou de sensação de que vai ter um ataque cardíaco ou morrer. Esta última característica é o que faz com que frequentemente, quem tem um ataque de pânico vá a prontos- socorros, a hospitais gerais ou que insista em procurar clínicos gerais ou cardiologistas insistindo que há algo errado com o seu corpo.
Estes ataques em geral são curtos, mas podem ser extremamente intensos e desagradáveis para o indivíduo. O medo de ter um ataque de pânico, especialmente quando um deles ocorreu em locais em que seria difícil para o indivíduo escapar, obter ajuda ou que pudesse expor a pessoa a alguma situação vergonhosa pode levar a um quadro secundário chamado de agorafobia. Na agorafobia, a pessoa passa a evitar ambientes com estas características ou passa a frequentá-los somente acompanhado por alguém em quem a pessoa confie. Exemplos comuns de agorafobia incluem pessoas que deixam de pegar ônibus ou metrô, que não conseguem ir a shoppings, supermercados, igrejas, etc. O transtorno do pânico, especialmente quando acompanhado pela agorafobia, pode levar a importante incapacitação da pessoa, já que ela pode deixar de ir ao trabalho ou à escola ou às suas atividades de lazer.
O transtorno do pânico é tratado com medicamentos ou psicoterapia, isoladamente ou em conjunto. As medicações para o transtorno do pânico incluem os antidepressivos, especialmente a s medicações mais modernas (da classe dos chamados inibidores seletivos da recaptação da serotonina) e de ansiolíticos (ou calmantes). Enquanto os ansiolíticos aliviam os sintomas, os antidepressivos é que tratam realmente os desequilíbrios nos neurotransmissores que estão relacionados à doença.
Como uma mensagem final, é importante que os portadores de transtorno do pânico sejam encaminhados o mais rápido possível para tratamento, antes do desenvolvimento da agorafobia ou dos prejuízos que a doença possa causar.
O transtorno do pânico, também conhecido popularmente como síndrome do pânico é um transtorno de ansiedade. Esta condição bastante comum se caracteriza pela ocorrência de ataques de ansiedade intensa que ocorrem sem um motivo aparente, onde, além de intensa sensação de medo ou ansiedade, o indivíduo apresenta diversos sintomas físicos, como falta de ar, suores, sensação de frio ou calor, cólicas abdominais, vontade de urinar, taquicardia. Algumas vezes a pessoa pode ter a sensação de estar "fora de si" (chamada pelos médicos de despersonalização) ou de "estar fora da realidade" (chamada de desrealização) ou de sensação de que vai ter um ataque cardíaco ou morrer. Esta última característica é o que faz com que frequentemente, quem tem um ataque de pânico vá a prontos- socorros, a hospitais gerais ou que insista em procurar clínicos gerais ou cardiologistas insistindo que há algo errado com o seu corpo.
Estes ataques em geral são curtos, mas podem ser extremamente intensos e desagradáveis para o indivíduo. O medo de ter um ataque de pânico, especialmente quando um deles ocorreu em locais em que seria difícil para o indivíduo escapar, obter ajuda ou que pudesse expor a pessoa a alguma situação vergonhosa pode levar a um quadro secundário chamado de agorafobia. Na agorafobia, a pessoa passa a evitar ambientes com estas características ou passa a frequentá-los somente acompanhado por alguém em quem a pessoa confie. Exemplos comuns de agorafobia incluem pessoas que deixam de pegar ônibus ou metrô, que não conseguem ir a shoppings, supermercados, igrejas, etc. O transtorno do pânico, especialmente quando acompanhado pela agorafobia, pode levar a importante incapacitação da pessoa, já que ela pode deixar de ir ao trabalho ou à escola ou às suas atividades de lazer.
O transtorno do pânico é tratado com medicamentos ou psicoterapia, isoladamente ou em conjunto. As medicações para o transtorno do pânico incluem os antidepressivos, especialmente a s medicações mais modernas (da classe dos chamados inibidores seletivos da recaptação da serotonina) e de ansiolíticos (ou calmantes). Enquanto os ansiolíticos aliviam os sintomas, os antidepressivos é que tratam realmente os desequilíbrios nos neurotransmissores que estão relacionados à doença.
Como uma mensagem final, é importante que os portadores de transtorno do pânico sejam encaminhados o mais rápido possível para tratamento, antes do desenvolvimento da agorafobia ou dos prejuízos que a doença possa causar.
terça-feira, 24 de maio de 2011
Evento "Os hormônios, os neurônios e a mulher"
No próximo dia 27 e 28 de maio estarei em Porto Alegre para participar do Evento "Os hormônios, os neurônios e a mulher" promovido pela Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Rio Grande do Sul na sede da Associação Médica do Rio grande do Sul (AMRIGS). Estarei participando como conferencista na palestra "O Blues, a Depressão e a Psicose Puerperal" e na mesa redonda com o tema "Transtorno Disfórico Pré-menstrual." As inscrições podem ser feitas pelo site da SOGIRGS www.sogirgs.org.br.
sexta-feira, 25 de março de 2011
Evento para profissionais de saúde
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