sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Exames complementares em Psiquiatria
Frequentemente, no dia-a-dia do consultório observamos duas atitudes dos pacientes em relação à realização de exames complementares (exames laboratoriais, de neuroimagem, etc). A primeira é de surpresa. Muitas pessoas não esperam que o psiquiatra, à semelhança de médicos que atuam em outros ramos da medicina, solicitem exames. A segunda é exatamente o contrário. Alguns pacientes duvidam de um diagnóstico psiquiátrico que não aparece em nenhuma tomografia ou ressonância magnética da cabeça. A verdade é que as doenças psiquiátricas são associada a alterações cerebrais, mas essas alterações são, na grande maioria dos casos, tão sutis, que os métodos de neuroimagem utilizados na prática comum não consegue detectá-las. O diagnóstico de depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia ou transtorno do pânico continua, sim, sendo clínico, ou seja, ele é feito a partir da detecção de um conjunto de sinais e sintomas. Muitas vezes, em uma primiera consulta não é possível se ter certeza de que a pessoa apresenta todos os sintomas característicos de um determinado quadro psiquiátrico, mas o psiquiatra consegue já iniciar um tratamento a partir de uma hipótese diagnóstica a ser confirmada posteriormente. Os exames são necessários, no entanto, para descartar que alterações emocionais possam estar sendo causadas por alguma doença não detectada até aquele momento. Um exemplo disso são as alterações de tireóide, que, com frequência, estão associadas a quadros depressivos. No decorrer do tratamento, se é utilizada alguma medicação, o médico também poderá pedir exames para monitorar a função do fígado ou dos rins.
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